Classificados e curiosidades espaciais! Veículo semi-novo de barbada! Só 28 milhões!

Na verdade 28,8 milhões. Esse é o preço dado pela NASA (vale a pena dar uma olhada no site deles). A pintura tá um pouco feinha (muito calor) e a quilometragem tá um pouco altinha, por volta de cento e oitenta milhões de quilômetros. Mas no geral, tá interaço! As maiores vantagens: os flanelinhas não alcançam e não precisa trocar o limpador!!

Este é o ônibus espacial Atlantis, que após a sua aposentadoria no dia 26 de maio, tá para negócio. É um veículo de passeio e para trabalho, pois é leve, com menos de três toneladas. Leva bastante carga, mas poucos passageiros. Na arrancada trepida um pouquinho, mas depois que engrena, dá uma serenadinha. Ele  é Flex (oxigênio e Hidrogêno líquidos) e como desvantagem, bebe um pouquinho só, pouca coisa mais que um 2.0 (1,8 milhões de litros em oito minutos, até a órbita terrestre). Ano 85, mas com acessórios de última geração. No geral, tá novinho. Seu primeiro vôo foi em 3 de outubro de 1985 e encerrou, como já falado em 26 de maio de 2010.

O Atlantis foi o quarto veículo espacial reutilizável a ser construído (Columbia, Challenger e Discovery pela ordem. Endeavour é o quinto construído e Columbia e Challenger foram destruídos em acidentes).

Jerry Roos, ex-astronauta e administrador da NASA, citou os números do Atlantis: 31 voos, 282 dias em órbita, 186 milhões de quilômetros, 4.462 órbitas da Terra, 185 astronautas. Mais a última missão que acrescentam  12 dias, 186 órbitas, 7 milhões de quilômetros e quatro astronautas. 

Nesta última missão, que durou 12 dias, o objetivo era ampliar a ISS. A Estação Internacional Espacial (International Space Station) é um consórcio de vários programas espaciais e tem sua finalização prevista para este ano, mas já recebeu várias tripulações de astronautas e inclusive turistas.

Sobre o Atlantis, sinto informar que quem iria gastar a bagatela de quase 30 mi para adquirir o busão voador, tem uma grande concorrência, pois em torno de duas dezenas de museus e instituições dos EUA já apresentaram documentos solicitando a compra de uma das mais impressionantes aeronaves construídas. Mas, atentem, MAS Allard Beutel, o porta-voz da NASA e intermediário do negócio explica: "Nós não estamos vendendo, lembre-se. Isto é o que vai custar para limpá-lo, torná-lo seguro para ser apresentado e para ser transportado até o local".

Incluso no precinho a remoção de quaisquer produtos químicos tóxicos do ônibus espacial e o transporte a bordo de um avião de transporte 747 até o local. Acredito que também passem uma aguinha no para brisa (para-brisa, pára brisa, pára-brisa...socorro! vidro da frente!). Tem espaço na sua garagem??

Para quem achou impressionante a foto acima, tem que conhecer a contrapartida russa para o transporte de ônibus espaciais (caminhões espaciais até..) o Antonov An-225, o Mriya ("sonho" em ucraniano). É este abaixo:

O tamanho do trambolho é algo! Hoje ele é usado para transporte de cargas extremamente pesadas, muito pesadas mesmo! E ele já andou aqui pelo Brasil por agora, em fevereiro, trazendo válvulas para a petrobrás, uma entreguinha de nada.. Côsa comum. Abaixo um vídeo dele pousando em Guarulhos e a primeira parte de um vídeo que um emocionado fez. Se gostaram, no final tem o link para a segunda.






Um excelente resumo da história do Mriya pode ser lida aqui (estou pensando em um post sobre os maiores trambolhos da humanidade. Nada a ver com o Jonah Falcon, pervertidos. Máquinas, aviões, caminhões, bicicletas, etc, entenderam?) Essa história do avião russo me lembra aquela outra história, nos primórdios das viagens espaciais, durante a guerra fria, quando ao se depararem com o problema de usar canetas no espaço, pois como todo mundo sabe, sem gravidade a tinta não desce para a esfera. Dã. É como escrever com a caneta de ponta cabeça sabe? Não? Tenta, filma e manda para mim.. :=D). Resumindo: Os EUA investiram milhões para criar a caneta espacial e os Russos usaram lápis. Risadinhas amarelas a parte, essa lenda é falsa. Ambos usavam lápis de cera. O lápis comum, imaginem, o grafite é condutor de eletricidade e curtos elétricos no espaço não são desejados. A madeira é combustível, lembram? Além disso, a poeira do grafite (precisa fazer ponta, né?) poderia invadir algum lugar onde não devia, e quando a ponta quebrava, sabe-se lá onde ia parar. Mas foi feita realmente uma caneta para astronautas pela Fischer. Quer comprar? Funciona sem gravidade (dã), embaixo da água e em temperaturas entre 45 negativos e 150 graus. Espetáculo. É que nem comprar um relógio que permite você a mergulhar a 500 metros! E você nem sabe nadar!

Muito sem graça.

Voltando ao Atlantis, a NASA pede que você guarde um lugarzito na rua (pode marcar com caixotes mesmo) para estacionar na entrega. Outro problema é esse, o estacionamento. Tem que ser de primeira a baliza, pois ônibus espacial não arremete. Arremeter é tentar pousar uma aeronave, bater o cagaço e subir com ela de novo desesperadamente rezando a todos os deuses que não o levem agora. Para quem não esta acostumado a jargões aeronáticos (ainda tiro meu brevê), abaixo dois vídeos de arremetidas (Airbus, primeiro em Hamburgo e o segundo em Lisboa), que são mundialmente conhecidas pela sua capacidade de curar todo e qualquer caso de constipação, de qualquer grau. Basta você estar dentro da aeronave.  

Quem tiver curiosidade, aqui tem uma lista dos locais de pouso, incluindo os de emergência, para ônibus espaciais. Ignoro se esta atualizada. Quem tiver informações avise. Aqui em Bagé, no caso de emergências, os ônibus espaciais e qualquer outra coisa podem pousar e inclusive arremeter na Santa Tecla, pois tá tudo liberado ali depois da "revitalização" da gloriosa avenida! Só pode.

Se faltam ainda alguns milhôezinhos para completar, por enquanto você pode se contentar com o canal da NASA no Youtube. Muita coisa interessante para ver, como por exemplo, esta aurora boreal, filmada do espaço pelo astronauta e desocupado Don Pettit.

Este é Don Petitt, que entre outras coisas, durante seus momentos de ócio, brincava com bolinhas de água com o patrocínio do contribuinte americano.

Não coloquei o nome dos astronautas para não ficar chato demais, mas quem se interessar, aqui tem a lista dos astronautas que realmente foram na órbita terrestre. Mortos, em treinamento e dementes não contam para esta lista. E para quem se interessar, este é o Atlantis, no seu lançamento. Apesar de construído em 85, vale o preço que a NASA exige. De motor tá tinindo!

Para terminar um desafio para os leitores, que será assunto de um provável próximo post. Acredito que quem saiba um pouco de história do desenvolvimento tecnológico que permitiu a construção do Atlantis, por exemplo, conheça a história pregressa deste digníssimo e polêmico senhor, um dos grandes responsáveis pelo programa espacial americano. Então, o desafio: Quem é ele??? Nos comentários, por favor.